Lenda de São Jorge
Era uma vez, um país governado por um rei sábio que vivia feliz com
a esposa e a sua formosa filha.
Também os súbditos do rei viviam felizes e tinham animais e terras para cultivar.
Os dias corriam felizes no pequeno país e, num dia de má memória, apareceu um Dragão com asas de morcego que tinha a pele mais dura que pedra. O Dragão enfiou o pescoço nas muralhas e, quando os súbditos do Rei o viram, abandonaram as ruas, tropeçando uns nos outros e foram logo para as suas casas.
Alguns soldados foram avisar o Rei que perguntou ao Dragão o que queria.
- Eu podia comer os teus súbditos todos ao pequeno-almoço e deixar outros para o jantar ou deitar fogo à tua cidade – disse o Dragão.
O Rei disse ao Dragão:
- Se tu poupares as nossas vidas não te faltará de comer.
Depois o Dragão propôs que tinham de lhe entregar, todos os dias, quatro vacas, seis ovelhas e duas galinhas. E dito isto, deu meia volta e foi para a montanha fazendo tremer a terra com cada passo que dava. A partir daí, toda a gente passava o dia fechada em casa, ninguém se atrevia a sair para trabalhar nos campos, mas todos os dias os pastores levavam à montanha, onde vivia o Dragão, o que ele tinha pedido. Entretanto, os galinheiros, os estábulos e os currais ficaram vazios. O Rei mandou os seus soldados a todas as povoações para arranjar mais animais. O Rei pensou que podia alimentar o Dragão com sementes e legumes. A reação do Dragão ao ver os legumes foi ainda pior do que o Rei temia e o monarca disse ao Dragão que tinha comido todo o gado. Então o Dragão exigiu que quando chegasse a Princesa queria uma rapariga. O Rei não quis comunicar aos seus súbditos o que o Dragão lhe tinha pedido e chamou os mais velhos da cidade para reunirem e tentarem arranjar uma solução, mas um homem de barba branca disse que, até chegar a Primavera, tinham tempo de arranjar a solução. Passou o tempo rapidamente e chegou o dia de entregar a rapariga ao Dragão. Nenhuma família estava disposta a entregar uma das suas filhas ao Dragão quando ele se apresentou à porta da cidade.
Então a princesa apareceu na porta do castelo, vestida de branco e sem dar tempo de ninguém reagir, correu para se entregar ao Dragão. O Rei e a Rainha estavam a chorar e, de repente, ouviu-se um galope de um cavalo vindo nas nuvens. A cidade inteira olhou para o céu e viram um cavaleiro de armadura que se dirigia em direção à cidade, num belo cavalo branco. É São Jorge! Gritaram todos.
O Dragão ficou surpreendido e contrariado. Não gostou de ver o cavaleiro e, abrindo a sua grande boca, lançou um jato de fogo aos pés de São Jorge mas ele fugiu, fazendo o cavalo recuar. Com a sua lança em risco foi contra o terrível Dragão e matou-o. A fera deixou de existir e, naquele país, já nada tinham a recear. São Jorge voltou para o céu e toda a gente voltou a ser feliz.
Também os súbditos do rei viviam felizes e tinham animais e terras para cultivar.
Os dias corriam felizes no pequeno país e, num dia de má memória, apareceu um Dragão com asas de morcego que tinha a pele mais dura que pedra. O Dragão enfiou o pescoço nas muralhas e, quando os súbditos do Rei o viram, abandonaram as ruas, tropeçando uns nos outros e foram logo para as suas casas.
Alguns soldados foram avisar o Rei que perguntou ao Dragão o que queria.
- Eu podia comer os teus súbditos todos ao pequeno-almoço e deixar outros para o jantar ou deitar fogo à tua cidade – disse o Dragão.
O Rei disse ao Dragão:
- Se tu poupares as nossas vidas não te faltará de comer.
Depois o Dragão propôs que tinham de lhe entregar, todos os dias, quatro vacas, seis ovelhas e duas galinhas. E dito isto, deu meia volta e foi para a montanha fazendo tremer a terra com cada passo que dava. A partir daí, toda a gente passava o dia fechada em casa, ninguém se atrevia a sair para trabalhar nos campos, mas todos os dias os pastores levavam à montanha, onde vivia o Dragão, o que ele tinha pedido. Entretanto, os galinheiros, os estábulos e os currais ficaram vazios. O Rei mandou os seus soldados a todas as povoações para arranjar mais animais. O Rei pensou que podia alimentar o Dragão com sementes e legumes. A reação do Dragão ao ver os legumes foi ainda pior do que o Rei temia e o monarca disse ao Dragão que tinha comido todo o gado. Então o Dragão exigiu que quando chegasse a Princesa queria uma rapariga. O Rei não quis comunicar aos seus súbditos o que o Dragão lhe tinha pedido e chamou os mais velhos da cidade para reunirem e tentarem arranjar uma solução, mas um homem de barba branca disse que, até chegar a Primavera, tinham tempo de arranjar a solução. Passou o tempo rapidamente e chegou o dia de entregar a rapariga ao Dragão. Nenhuma família estava disposta a entregar uma das suas filhas ao Dragão quando ele se apresentou à porta da cidade.
Então a princesa apareceu na porta do castelo, vestida de branco e sem dar tempo de ninguém reagir, correu para se entregar ao Dragão. O Rei e a Rainha estavam a chorar e, de repente, ouviu-se um galope de um cavalo vindo nas nuvens. A cidade inteira olhou para o céu e viram um cavaleiro de armadura que se dirigia em direção à cidade, num belo cavalo branco. É São Jorge! Gritaram todos.
O Dragão ficou surpreendido e contrariado. Não gostou de ver o cavaleiro e, abrindo a sua grande boca, lançou um jato de fogo aos pés de São Jorge mas ele fugiu, fazendo o cavalo recuar. Com a sua lança em risco foi contra o terrível Dragão e matou-o. A fera deixou de existir e, naquele país, já nada tinham a recear. São Jorge voltou para o céu e toda a gente voltou a ser feliz.
A Lenda do Canta Galo
Diz a lenda que, já lá vão
muitos e muitos anos, S. Tomé era o refúgio de todos os galos do mundo.
Viam-se galos por todas as partes da Ilha. Era ensurdecedor o seu cocorococóóó. A Ilha parecia estar sempre em festa por causa da algazarra e do cantar dos galos, quase em todos os momentos e por todos os cantos. A alegria era infernal. Mas os galos monopolizavam a Ilha, esquecendo-se de que não eram os únicos habitantes. Havia pessoas que estavam contentes com os galos, por causa da sua alegria contagiosa. Portanto, achavam adequado e apoiavam o barulho feito pelas aves. Outros estavam indiferentes com a algazarra.
Existia, no entanto, um terceiro grupo, o mais numeroso, que achava impróprio o barulho feito pelos galos, encontrando-se, portanto, zangados com os galináceos. Não podendo aguentar por mais tempo tanto barulho, o terceiro grupo mandou, através de um mensageiro, o seguinte aviso: “Aconselhamos-vos a emigrarem e a fixarem-se num local muito afastado de nós. Caso contrário, haverá guerra entre os nossos grupos no período de quarenta e oito horas. O vencedor ficará no terreno.”
Os galos, como eram muito educados e delicados, optaram pela primeira hipótese, convocando imediatamente uma reunião cujo tema era a escolha do rei para chefiar a expedição que se iria processar imediatamente. A escolha recaía sobre um galo preto, muito grande. Depois dos preparativos, a emigração começou.
Deram voltas e mais voltas às ilhas e ilhéus, procurando incansavelmente um sítio bom, que reunisse todas as condições para ter uma vida alegre. Depois de muito andarem e muito procurarem, passado um ano, encontraram o lugar ideal, que parecia criado de propósito para os galos, fixando-se então aí.
Desde esse tempo, jamais se ouviu os galos cantarem desordenadamente de norte a sul, de este a oeste, mas sim num lugar determinado e a horas certas. Então, os habitantes das ilhas designaram esse lugar por Canta Galo.
Viam-se galos por todas as partes da Ilha. Era ensurdecedor o seu cocorococóóó. A Ilha parecia estar sempre em festa por causa da algazarra e do cantar dos galos, quase em todos os momentos e por todos os cantos. A alegria era infernal. Mas os galos monopolizavam a Ilha, esquecendo-se de que não eram os únicos habitantes. Havia pessoas que estavam contentes com os galos, por causa da sua alegria contagiosa. Portanto, achavam adequado e apoiavam o barulho feito pelas aves. Outros estavam indiferentes com a algazarra.
Existia, no entanto, um terceiro grupo, o mais numeroso, que achava impróprio o barulho feito pelos galos, encontrando-se, portanto, zangados com os galináceos. Não podendo aguentar por mais tempo tanto barulho, o terceiro grupo mandou, através de um mensageiro, o seguinte aviso: “Aconselhamos-vos a emigrarem e a fixarem-se num local muito afastado de nós. Caso contrário, haverá guerra entre os nossos grupos no período de quarenta e oito horas. O vencedor ficará no terreno.”
Os galos, como eram muito educados e delicados, optaram pela primeira hipótese, convocando imediatamente uma reunião cujo tema era a escolha do rei para chefiar a expedição que se iria processar imediatamente. A escolha recaía sobre um galo preto, muito grande. Depois dos preparativos, a emigração começou.
Deram voltas e mais voltas às ilhas e ilhéus, procurando incansavelmente um sítio bom, que reunisse todas as condições para ter uma vida alegre. Depois de muito andarem e muito procurarem, passado um ano, encontraram o lugar ideal, que parecia criado de propósito para os galos, fixando-se então aí.
Desde esse tempo, jamais se ouviu os galos cantarem desordenadamente de norte a sul, de este a oeste, mas sim num lugar determinado e a horas certas. Então, os habitantes das ilhas designaram esse lugar por Canta Galo.
O Cão que falava
O casal Sam Fali e Sum Flé Flé viviam num povoado distante no meio da
floresta. Um dia, Sum Flé Flé foi caçar levando consigo o cãozinho Loló. Ao
voltar para casa, o pobre homem parava a todo o momento para descansar, pois a
sua carga era muito pesada.
Numa dessas paragens, o cãozinho Loló ofereceu-se para levar a carga no seu lugar, contanto que ele não revelasse à sua mulher que ele era capaz de desempenhar essa atividade e nem que era capaz de falar.
Sum Flé Flé aceitou, prometendo nada revelar à Sam Fali. Porém, a mulher desconfiou que algo tinha ocorrido e começou a perguntar ao marido quem tinha carregado a carga. Durante algum tempo, o homem conseguiu guardar segredo, mas, ao ser ameaçado de abandono pela mulher, acabou por contar a verdade. Ao ver que tinha sido traído por seu amo, Loló gemeu muitas vezes e, desde esse dia, nunca mais nenhum cão falou.
Numa dessas paragens, o cãozinho Loló ofereceu-se para levar a carga no seu lugar, contanto que ele não revelasse à sua mulher que ele era capaz de desempenhar essa atividade e nem que era capaz de falar.
Sum Flé Flé aceitou, prometendo nada revelar à Sam Fali. Porém, a mulher desconfiou que algo tinha ocorrido e começou a perguntar ao marido quem tinha carregado a carga. Durante algum tempo, o homem conseguiu guardar segredo, mas, ao ser ameaçado de abandono pela mulher, acabou por contar a verdade. Ao ver que tinha sido traído por seu amo, Loló gemeu muitas vezes e, desde esse dia, nunca mais nenhum cão falou.