A roça é, em São Tomé e Príncipe, o reflexo da sua própria memória e identidade. Nos períodos de ciclos produtivos ativos e de crescimento, o homem avança face à natureza. Em períodos de estagnação, a natureza próspera devido ao seu clima tropical.
A Roça e a Ocupação do Território
A roça, enquanto estrutura urbana, foi o principal motor de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. No contexto das ilhas atlânticas, São Tomé e Príncipe apresenta vários fatores comuns no processo de ocupação e colonização, quer com os arquipélagos da Madeira e Açores, quer com as ilhas de Cabo-Verde.
Entre esses factores estão: a introdução de uma de população livre e de uma população de escravos; o desenvolvimento impulsionado pela introdução de culturas agrícolas e ciclos produtivos, onde a exploração comum de cana-de-açúcar no séc. XV gerou grande atração de comerciantes e mestres do açúcar; a instalação de estruturas agrárias modernas e avançadas de exploração dos recursos da terra, com tentativas de transplantação de culturas de subsistência do Mediterrâneo para as ilhas, alterando a paisagem endémica; e por fim o cruzamento de “europeus” e escravos africanos, gerando uma população livre e consequente substituição gradual da classe esclavagista por uma classe servil atenuada.
Entre esses factores estão: a introdução de uma de população livre e de uma população de escravos; o desenvolvimento impulsionado pela introdução de culturas agrícolas e ciclos produtivos, onde a exploração comum de cana-de-açúcar no séc. XV gerou grande atração de comerciantes e mestres do açúcar; a instalação de estruturas agrárias modernas e avançadas de exploração dos recursos da terra, com tentativas de transplantação de culturas de subsistência do Mediterrâneo para as ilhas, alterando a paisagem endémica; e por fim o cruzamento de “europeus” e escravos africanos, gerando uma população livre e consequente substituição gradual da classe esclavagista por uma classe servil atenuada.
Os Vários Modelos de Roças
A exploração intensiva e constante dos recursos num terreno complexo, composto por picos e vales profundos, aliada à procura da maior eficiência e produtividade, levou à criação de diversas estruturas de roça, dependendo da sua função produtiva e/ou localização.
Casas das Roças
Edifícios antigos, muitos datados do início do século XIX, de arquitetura colonial portuguesa, outrora residências dos patrões e proprietários das roças, fazem hoje lembrar antigos palácios da corte monarca. Atualmente, apesar de muitos se encontrarem em decadência, alguns foram reabilitados e aproveitados para o turismo como unidades de alojamento no espaço rural.
Principais Roteiros
Roça Monte Café
No centro da ilha, a 15 km da capital, a roça de Monte Café é o testemunho do passado histórico da vida nas roças. No interior montanhoso, esta roça é também a maior produtora de café de todo o Arquipélago. Pode-se conhecer todo o processo de produção do café até a sua embalagem. Esta a ser instalado um museu com as amostras e também para a degustação.
No centro da ilha, a 15 km da capital, a roça de Monte Café é o testemunho do passado histórico da vida nas roças. No interior montanhoso, esta roça é também a maior produtora de café de todo o Arquipélago. Pode-se conhecer todo o processo de produção do café até a sua embalagem. Esta a ser instalado um museu com as amostras e também para a degustação.
Roça Água Izé
Roça de grande referência histórica, por ser nela onde o percursor da cultura do cacau em S. Tomé e Príncipe, “Barão de Água Izé” em 1822 estabeleceu o sistema produtivo de “dependências” que imperou durante todo o período colonial. Próximo da roça Água Izé, encontra-se o sítio de Boca de Inferno, extensão de terra e rochas encravadas no mar. Segundo as lendas, o “Barão de Agua Izé” entrava-se pelo mar dentro de cavalo com destino a Portugal.
Roça de grande referência histórica, por ser nela onde o percursor da cultura do cacau em S. Tomé e Príncipe, “Barão de Água Izé” em 1822 estabeleceu o sistema produtivo de “dependências” que imperou durante todo o período colonial. Próximo da roça Água Izé, encontra-se o sítio de Boca de Inferno, extensão de terra e rochas encravadas no mar. Segundo as lendas, o “Barão de Agua Izé” entrava-se pelo mar dentro de cavalo com destino a Portugal.
Roça São João – Sta. Cruz De Angolares
Quando se fala em Angolares, não se pode esquecer da origem do seu povo que, segundo a história, é descendente de escravos angolanos sobreviventes de um navio naufragado na região sul de S. Tomé. Talvez por isso, o povo Angolar é o único em todo o Arquipélago que manteve uma identidade própria resistindo à presença de colonizadores portugueses.
Angolares é a vila mais cultural das ilhas. Nela despoletaram vários fenómenos culturais. “ Nezó” artista plástico local e internacionalmente consagrado, vive e trabalha ali. Perto da vila de Angolares localiza-se a roça São João, propriedade do famoso apresentador são-tomense da série gastronómica “na roça com os tachos” João Carlos Silva que concilia o turismo rural e atividades culturais.
Quando se fala em Angolares, não se pode esquecer da origem do seu povo que, segundo a história, é descendente de escravos angolanos sobreviventes de um navio naufragado na região sul de S. Tomé. Talvez por isso, o povo Angolar é o único em todo o Arquipélago que manteve uma identidade própria resistindo à presença de colonizadores portugueses.
Angolares é a vila mais cultural das ilhas. Nela despoletaram vários fenómenos culturais. “ Nezó” artista plástico local e internacionalmente consagrado, vive e trabalha ali. Perto da vila de Angolares localiza-se a roça São João, propriedade do famoso apresentador são-tomense da série gastronómica “na roça com os tachos” João Carlos Silva que concilia o turismo rural e atividades culturais.
Azeitona
Esta área de floresta secundária encontra-se protegida pelo Parque Natural do Príncipe pela riqueza da sua avifauna e pela presença de espécies arbóreas ameaçadas na ilha. De fácil acesso desde a capital, é uma zona ideal para observar os pássaros, contemplar a floresta e também ir ao encontro da população rural que por ali vive. Várias opções de caminhadas são possíveis, podendo ser combinadas com visitas às roças de Sundy e Ponta do Sol.
Esta área de floresta secundária encontra-se protegida pelo Parque Natural do Príncipe pela riqueza da sua avifauna e pela presença de espécies arbóreas ameaçadas na ilha. De fácil acesso desde a capital, é uma zona ideal para observar os pássaros, contemplar a floresta e também ir ao encontro da população rural que por ali vive. Várias opções de caminhadas são possíveis, podendo ser combinadas com visitas às roças de Sundy e Ponta do Sol.
Mirador de Santa Joaquina
No tempo colonial, Santa Joaquina consistia em algumas casas de madeira num alto próximo à roça Bela Vista. Ao ver barcos aproximando-se rumo à ilha, tocava-se uma buzina forte para avisar a população. Hoje, a natureza retomou a posse do local, e só restam caminhos em laço dentro da floresta para chegar ao Mirador, onde a vista sobre a Baía de Santo António e toda a parte norte da ilha é inesquecível.
No tempo colonial, Santa Joaquina consistia em algumas casas de madeira num alto próximo à roça Bela Vista. Ao ver barcos aproximando-se rumo à ilha, tocava-se uma buzina forte para avisar a população. Hoje, a natureza retomou a posse do local, e só restam caminhos em laço dentro da floresta para chegar ao Mirador, onde a vista sobre a Baía de Santo António e toda a parte norte da ilha é inesquecível.
Infante D. Henrique
A roça Infante D. Henrique é uma antiga empresa abandonada pelos colonos um pouco antes da independência. Hoje coberta de vegetação, dista da cidade de Santo António cerca de 18 Km. Ao longo da estrada para a roça Infante, passa-se pelas roças de Nova Estrela, Terreiro Velho e Ribeira Fria. A partir do local chamado Barracão, a estrada corresponde aos limites do Parque Natural. Ao longo do caminho que leva ao quintal da Infante, pode-se observar macacos, pássaros endémicos, orquídeas e plantas medicinais diversas, bem como formações rochosas típicas das ilhas vulcânicas. Para os que mais andam, pode-se seguir até a Praia Seca, uma comunidade de pescadores isolada ao extremo Sul da ilha.
A roça Infante D. Henrique é uma antiga empresa abandonada pelos colonos um pouco antes da independência. Hoje coberta de vegetação, dista da cidade de Santo António cerca de 18 Km. Ao longo da estrada para a roça Infante, passa-se pelas roças de Nova Estrela, Terreiro Velho e Ribeira Fria. A partir do local chamado Barracão, a estrada corresponde aos limites do Parque Natural. Ao longo do caminho que leva ao quintal da Infante, pode-se observar macacos, pássaros endémicos, orquídeas e plantas medicinais diversas, bem como formações rochosas típicas das ilhas vulcânicas. Para os que mais andam, pode-se seguir até a Praia Seca, uma comunidade de pescadores isolada ao extremo Sul da ilha.
Maria Correia
O nome de Maria Correia ficou conhecido pelo facto da referida roça ter pertencido a uma natural do Príncipe do mesmo nome, filha de um emigrante Brasileiro de cor branca e uma mulata. Pela maneira tão enérgica e dinâmica como ela coordenava os seus escravos, é lembrada, em todo o Príncipe, com muito respeito por uns e medo por outros. A semelhança de outras roças, Maria Correia encontra-se hoje em ruínas, com exceção da casa principal onde vivia a patroa. Durante a caminhada, passa-se pelas praias de Caixão e Lapa, onde vive uma pequena comunidade piscatória. Esta caminhada é a melhor maneira de conhecer a maravilhosa Baía das Agulhas.
O nome de Maria Correia ficou conhecido pelo facto da referida roça ter pertencido a uma natural do Príncipe do mesmo nome, filha de um emigrante Brasileiro de cor branca e uma mulata. Pela maneira tão enérgica e dinâmica como ela coordenava os seus escravos, é lembrada, em todo o Príncipe, com muito respeito por uns e medo por outros. A semelhança de outras roças, Maria Correia encontra-se hoje em ruínas, com exceção da casa principal onde vivia a patroa. Durante a caminhada, passa-se pelas praias de Caixão e Lapa, onde vive uma pequena comunidade piscatória. Esta caminhada é a melhor maneira de conhecer a maravilhosa Baía das Agulhas.